Você já ouviu falar em hierarquia de controle de riscos? A identificação de riscos deve ser inserida na política de qualquer empresa que deseja manter a saúde, a segurança e a integridade física de seus colaboradores. E para controlá-los, existem ações que devem ser realizadas seguindo uma ordem de prioridade.
Esse é o princípio da Hierarquia de Controle de Riscos Ocupacionais, que define as medidas que devem ser adotadas em níveis de ações diferentes dentro das organizações. Continue a leitura para entender mais sobre a hierarquia e como ela funciona!
Entenda a Hierarquia de Controle de Riscos Ocupacionais
A Hierarquia de Controle de Riscos Ocupacionais é um sistema que visa eliminar ou minimizar os riscos presentes no ambiente de trabalho, garantindo a segurança e a saúde dos trabalhadores.
Ela é composta por cinco níveis de ação, definindo as melhores formas de controlar a exposição a riscos e eliminar os eventos perigosos. Eles devem ser adotados seguindo a ordem prioritária estabelecida, que tem como base a efetividade geral de redução de perigos dentro das organizações.
Isso significa que algumas ações, como o uso de EPIs, por exemplo, não são adotadas de forma imediata. Essas etapas possuem um nível hierárquico, de forma que caso não seja possível cumprir alguma delas, a empresa deve aderir à fase seguinte.
A hierarquia, então, mostra como usar práticas para reduzir os riscos ocupacionais e aumentar os níveis de proteção dos trabalhadores no ambiente de trabalho. Suas diferentes etapas, já na ordem estabelecida, são:
- Eliminação
- Substituição
- Controles de Engenharia
- Controles Administrativos
- EPI
Conheça cada uma delas a seguir:
Eliminação
Essa etapa consiste em eliminar um agente ou fator de risco do ambiente de trabalho. Ela deve ser priorizada pois permite já extinguir a fonte de perigo, evitando a ocorrência de acidentes e lesões que podem prejudicar os trabalhadores.
Para que isso ocorra, é preciso mapear e avaliar os riscos aos quais os colaboradores estão expostos, para então promover ações de melhoria. Elas incluem, por exemplo, a eliminação do uso de ferramentas pesadas ou inadequadas e o uso de um produto tóxico.
Isso é feito através de um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) eficiente.
Substituição
Caso não seja possível eliminar uma fonte de risco, a empresa pode substituí-la. Por isso, o estágio de substituição consiste em substituir o agente ou adotar ações que minimizem a ocorrência de acidentes ou que, caso ocorram, sejam o menos agravante possível à saúde dos trabalhadores.
Ao considerar substituir um agente, é essencial comparar os possíveis novos riscos do substituto com os riscos anteriores. Para isso, essa avaliação deve considerar a interação do substituto com outros agentes no local de trabalho.
Assim, é possível realizar uma substituição eficiente, ou seja, que diminua as possibilidades de efeitos prejudiciais aos trabalhadores e não gere novos riscos.
Podemos citar, por exemplo:
- A substituição de um produto químico por um menos agressivo;
- A utilização de uma máquina mais segura em relação à que era utilizada;
- A introdução de um procedimento de trabalho que ofereça menos riscos.
A eliminação e a substituição podem ser difíceis de serem aplicadas em projetos já existentes. Quando a organização está no estágio de desenvolvimento de um processo de trabalho, local ou ferramenta, por exemplo, essas etapas costumam ser mais simples e baratas.
Contudo, é crucial que elas sejam priorizadas para reduzir ao máximo qualquer possibilidade de acidente, doença ou lesão ao trabalhador.
Além disso, elas podem ser utilizadas na seleção de novos equipamentos e procedimentos, por meio da prevenção através do design. Essa é uma alternativa com um forte nível de prevenção quando tratamos de equipamentos, ferramentas, procedimentos e locais de trabalho.
Controles de Engenharia
O terceiro nível da hierarquia de controle de riscos diz respeito a ações preventivas e de adequação no ambiente de trabalho, com o objetivo de eliminar ou reduzir perigos inerentes às atividades dos funcionários.
Isso significa garantir que as máquinas, os processos e os produtos utilizados ofereçam o maior nível de segurança possível ao trabalhador. Como exemplo, podemos citar a proteção de máquinas e equipamentos, o isolamento de pessoas do agente, como fontes de ruído, e o uso de mecanismos de ventilação e iluminação.
De acordo com a NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health), agência referência em saúde ocupacional, os controles de engenharia mais efetivos:
- constituem o design original dos equipamentos;
- bloqueiam a fonte de perigo antes que ela entre em contato com o trabalhador;
- previnem os trabalhadores de interferir nas ações de controle;
- funcionam adequadamente sem interferir ou dificultar o processo realizado pelo trabalhador.
É fundamental não apenas implementar essas melhorias, mas também garantir uma manutenção contínua, de forma a assegurar sua eficácia e, assim, a proteção dos trabalhadores.
Controles Administrativos
Já os controles administrativos dizem respeito ao ajuste do método de trabalho, reduzindo a duração, a frequência ou a intensidade da exposição a perigos. Por isso, eles estão relacionados a pessoas, programas, processos e procedimentos dentro da organização.
Isso pode incluir treinamentos fornecidos pela empresa, a garantia de intervalos de descanso, o ajuste da velocidade das linhas de produção e a limitação do acesso a equipamentos ou áreas perigosas por meio de sinalizações.
Podemos citar como exemplo a realização da Análise Preliminar de Riscos e o controle de riscos por meio de programas como o PPR (Programa de Proteção Respiratória), PCA (Programa de Controle Auditivo) e PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais).
EPI
Por fim, se a empresa tentou implementar todas as etapas anteriores e o risco ainda estiver presente no ambiente de trabalho, é o momento de fornecer EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais) para proteger os colaboradores dos agentes nocivos.
Alguns exemplos de EPIs são:
- luvas;
- óculos de proteção;
- proteção auricular;
- respiradores;
- capacetes.
Ao fornecer esses equipamentos, é muito importante testar cada um deles e instruir sobre a utilização correta, além de garantir uma fiscalização rotineira para garantir sua eficácia.
Quando outros métodos de controle são incapazes de reduzir a exposição perigosa dos trabalhadores, a empresa deve aderir aos EPIs. Isso ocorre em diferentes momentos:
- Enquanto métodos de controle estão em desenvolvimento;
- Quando outros métodos não serem o suficiente para reduzir a exposição;
- Quando o EPI é a única opção de controle disponível.
O impacto positivo de estabelecer uma hierarquia de controle de riscos
Se você chegou até aqui, entendeu as diferentes fases da hierarquia de controle de riscos e como elas atuam para promover um ambiente de trabalho mais seguro para os trabalhadores.
De forma resumida, adotar essa hierarquia traz uma série de benefícios para a sua empresa, como:
- Aumenta a saúde e a segurança dos trabalhadores, evitando acidentes, doenças e lesões;
- Melhora a produtividade e a qualidade do trabalho, eliminando ou minimizando as fontes de perigo;
- Reduz os custos operacionais e jurídicos, cumprindo as normas regulamentadoras e evitando multas, indenizações e processos;
- Promove a responsabilidade social, construindo uma imagem positiva para o seu negócio.
Contudo, é crucial ressaltar que o controle de riscos é um processo contínuo. Isso significa que as empresas devem estar atentas para qualquer mudança no local de trabalho, além de avaliar constantemente as condições e os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos.
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