A adoção de medidas preventivas é um dos aspectos mais importantes quando tratamos de saúde e segurança no trabalho. Um recurso que permite que isso seja realizado de forma eficaz é o Mapa de Risco.
Neste texto, você vai entender o que é essa ferramenta, como os riscos são classificados e como introduzi-la da melhor forma possível na sua organização. Acompanhe a leitura!
O que é um Mapa de Risco?
O mapa de risco é um documento que mostra, em um formato de gráfico, os riscos existentes no ambiente de trabalho e que podem comprometer a saúde e a segurança dos trabalhadores. Ele cumpre um papel fundamental na prevenção de acidentes, doenças e lesões.
Ele é realizado a partir da análise do local de trabalho, que deve identificar os tipos e as intensidades dos riscos presentes. Existem diversos tipos de risco possíveis, e falaremos sobre cada um deles nos próximos tópicos.
O Mapa de Risco é obrigatório?
Sim! De acordo com a Norma Regulamentadora 5 (NR 5), o mapa de riscos deve ser realizado por todas as empresas cujo ambiente de trabalho ofereça riscos aos trabalhadores e visitantes.
A NR 5 estabelece não apenas a obrigatoriedade de sua elaboração, mas também a facilidade de acesso, uma vez que o documento deve ser visível para todos, sejam funcionários ou visitantes.
O que acontece se a empresa não tiver mapa de risco
Uma dúvida que surge em muitas empresas são as penalidades que podem sofrer caso não cumpram o mapa de risco.
Segundo a Norma Regulamentadora 1 (NR 1), é responsabilidade executar as disposições sobre segurança do trabalho e o descumprimento da Lei nº 6.514, de 22 de Dezembro de 1977 e da NR 5 é passível de multa. Os valores podem ser altos, como em empresas de até 500 empregados que podem pagar cerca de R$3.500 ao deixar de cumprir essa ordem.
Além das multas, acidentes podem causar grandes prejuízos para qualquer negócio, sejam eles humanos, financeiros ou materiais. Por isso, ao implementar um mapa de risco, a empresa demonstra preocupação com a segurança e bem estar de seus colaboradores.
O que deve constar no Mapa de Risco?
Por ser uma representação gráfica que deve conter informações relevantes sobre os riscos presentes em determinados ambientes de trabalho, é importante criar um mapa eficaz. Os principais elementos são:
- Identificação das Áreas: O mapa deve representar as diferentes áreas do local de trabalho, destacando setores e departamentos específicos.
- Símbolos Gráficos: Utilização de símbolos padronizados para representar os tipos de riscos identificados, como fogo, substâncias químicas, radiações, máquinas perigosas, entre outros.
- Classificação dos Riscos: Cada área ou setor destacado no mapa deve ser classificado de acordo com os tipos de riscos presentes, como riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes.
- Gradação dos Riscos: Os riscos podem ser classificados de acordo com sua gravidade, probabilidade de ocorrência e potencial de dano. Isso ajuda a priorizar as medidas de prevenção.
- Legenda Explicativa: Inclusão de uma legenda que explique o significado dos símbolos e das cores utilizadas no mapa, facilitando a compreensão por parte dos trabalhadores.
Entenda a classificação dos riscos ocupacionais
Para facilitar o reconhecimento, os riscos ocupacionais são classificados em categorias, em que cada uma representa uma cor. Essa padronização garante que o funcionário, mesmo que troque de ambiente de trabalho, de área ou de função, consiga identificar os riscos ocupacionais.
Físicos
Os riscos físicos no ambiente de trabalho são todas as situações que as operações de uma máquina ou um espaço onde um trabalhador se encontra oferecem esse tipo de perigo. A cor indicada no mapa de risco é o verde e geralmente aponta para áreas onde há ruídos, radiação, frio, pressão elevada ou reduzida demais, umidade ou calor.
Químicos
Já os riscos químicos são aqueles que apresentam a possibilidade do trabalhador ter contato com substâncias ou compostos tóxicos que podem ser absorvidos pela pele, ingeridos ou respirados. Por isso, sua cor é a vermelha, já que é uma cor que é associada com “alertas”, sendo facilmente percebida ao olhar para o mapa.
Biológicos
Conhecido como contaminação, o risco biológico é aquele que expõe diretamente o profissional com agentes que podem provocar enfermidades. A cor utilizada é o marrom, apresentando risco de contato com vírus, bactérias, fungos, parasitas, bacilos e protozoários que são prejudiciais à saúde humana.
Ergonômicos
O risco ergonômico é aquele que afeta a integridade física ao longo prazo, por ser uma obrigatoriedade na atividade que ele exerce. Nos mapas, a cor amarela é usada para classificar esforço físico intenso, monotonia, repetitividade e todo tipo de estresse físico. A cor também é usada quando há controle rígido de produtividade, ritmos excessivos ou há a necessidade de trabalho noturno.
Acidentes
Um dos riscos mais comuns de aparecer no mapa, o risco de acidente refere-se a riscos mecânicos que podem ser observados no ambiente de trabalho. A cor azul é usada para indicar onde acidentes podem ser causados, colocando a integridade física do colaborador em perigo devido ao contato com determinados objetos e ferramentas com alto potencial de dano.
Quem deve elaborar o mapa de risco?
De acordo com a NR 5, o mapa de risco deve ser elaborado pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e orientado pelo Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). Caso a empresa não possua uma CIPA, é possível contratar o serviço terceirizado de uma empresa capacitada em segurança do trabalho, como o caso da DILI, para elaborar o mapa de risco.
Qual é o prazo de validade de um mapa de risco?
Apesar de não existir um prazo de validade fixo para o mapa de risco de uma empresa, é recomendável que ele seja revisado periodicamente para garantir que esteja sempre atualizado e reflita as condições reais do local.
Dessa forma, as revisões devem ser realizadas em intervalos regulares, levando em consideração fatores como mudanças nas instalações, na natureza das atividades desenvolvidas, na introdução de novas tecnologias, equipamentos ou substâncias, bem como eventuais alterações na legislação de saúde e segurança no trabalho.
Além disso, a participação dos trabalhadores nesse processo é fundamental, pois eles têm um conhecimento prático das operações e podem contribuir com insights valiosos sobre os riscos existentes.
Como elaborar o Mapa de Risco
Saber como fazer um mapa de risco não é algo complicado, porém deve-se ter atenção quando for elaborá-lo. Sua criação é um processo qualitativo e participativo!
Qualitativo pois exige dos profissionais que o elaboram um aprofundamento dos detalhes da empresa e participativo, já que deve envolver os trabalhadores que executam as atividades laborais e conhecem de fato os riscos. Continue lendo e conheça o passo a passo para elaborar o mapa de risco.
Analise o ambiente
O primeiro passo para a elaboração do mapa de riscos é realizar um mapeamento do ambiente. Nesta etapa deve ser feito um levantamento sobre a quantidade de funcionários, assim como sua idade, gênero e se já realizaram algum treinamento de segurança e saúde. Além disso, deve ser feito um detalhamento do espaço, identificando todas as atividades exercidas no ambiente.
Identifique os riscos
Após analisar o ambiente, é preciso identificar os perigos existentes em cada área ou setor de forma qualitativa, ou seja, fazendo a classificação conforme sua natureza e cor. A partir dessa classificação é preciso identificar o grau e a intensidade de cada risco: pequeno, médio ou grande.
Estabeleça medidas preventivas
Com os riscos identificados, deve ser estabelecido medidas preventivas para evitar ou minimizar os perigos. Nesta etapa, deve-se não apenas estabelecer essas medidas, mas também pensar em formas de executá-las para que haja de fato segurança no ambiente de trabalho.
Entre uma das medidas mais importantes, estão os equipamentos de proteção individual (EPIs) e os equipamentos de proteção coletiva (EPCs), que são ferramentas essenciais para que as empresas consigam diminuir os danos indicados no mapa de risco.
Aprovação do mapa
Uma das últimas etapas é a aprovação. A CIPA faz uma minuciosa análise do que foi levantado e representado, finalizando a elaboração do documento e autorizando a fixação do mapa no ambiente de trabalho.
Comunicação e treinamento com os colaboradores
Mesmo com a aprovação do mapa, é importante manter um diálogo com os colaboradores para que haja uma cultura organizacional mais saudável e segura. Além disso, é essencial fazer treinamentos, para não apenas evitar acidentes, mas também como forma de conscientização.
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